A Nova Escravidão

"Os reformistas do século XIX propunham que era melhor que o proprioetário açoitasse o escravo quatro vezes por semana ao invés de cinco. Os abolicionistas, por sua vez, propunham que todos os seres humanos tivessem ao menos o direito de não ser uma propriedade de outros; que ser uma propriedade significava que um humano não possuía valor exceto o concedido como escravo pelo seu proprietário" - Gary L. Francione.


Introdução ao Abolicionismo Animal

          Nós, pessoas responsáveis pelos nossos atos, concordamos que é errado causar sofrmento a um animal por prazer, conveniência ou diversão. Quando alguém chuta um cão ou maltrata um animal nas ruas, todos concordamos que essa pessoa agiu de forma errada. Os animais são usados hoje para diversos fins: alimentos, medicamentos, cosméticos, vestuário, entretenimento, ensino, pesquisa, companhia. No entanto, todas essas formas de uso dos animais como meio para fins humanos não podem ser justificadas senão por prazer, conveniência ou diversão. Podemos então perceber que há uma inconsistência, pois enquanto achamos errado alguns usos de animais, toleramos outros! Na verdade as justificativas para isso resumem-se a motivos fúteis. A mesma incoerência existe quando defendemos os animais que nos fazem companhia, tratando-os até mesmo como se fossem membros de nossas famílias, enquanto comemos os de outras espécies.


          O problema é que os animais são propriedade. Nós os colocamos na mesma classe de objetos como cadeiras ou carros. Segundo as leis, nenhum animal, excetusando-se o humano, tem direitos. As leis que hoje abordam animais não reconhecem direitos, e sim regulamentam modos financeiramente apropriados ao uso destes animais. Para que um ser não seja um objeto, este deve ter um direito fundamental reconhecido: o direito de não pertencer a ninguém, ou seja, direito de ser ele mesmo dono de sua própria vida. Os animais, infelizmente, ainda não têm esse preciosos direito, que a grande maioria dos humanos conquistaram. Quando dizemos que um animal pode ser comprado, estamos negando a eles qualquer direito. Pois já que são propriedade, quem define seu valor e seu futuro é apenas seus proprietário.


O que é abolicionismo animal?

          Abolicionismo é uma abordagem dos direitos animais que:

1) Requer a abolição da exploração animal e rejeita a regulação da exploração animal;
2) É baseada apenas na senciência animal e em nenhuma outra característica cognitiva;
3) Considera o veganismo a base moral da posição dos direitos animais e;
4) Rejeita toda violência e promove um ativismo em forma de educação vegana não violenta e criativa.



Qual o objetivo do abolicionismo animal?

          O abolicionismo animal é uma corrente mais recente de pensamento e militância que pretende livrar nossos colegas de fauna da escravidão. O que significa isso? Não comer nenhum produto de origem animal, não usar animais para nossa diversão nem para nossas pesquisas científicas, nem para nossa vestimenta etc.


A nova escravidão

Parece estranho, à primeira vista, ligar a palavra “abolicionismo” à palavra “animal”. Abolicionismo no Brasil é um termo ligado sempre à princesa Isabel, ao 13 de maio de 1888 e à Lei Áurea. Até hoje existem formas de escravidão humana no Brasil: em fazendas, no tráfico sexual etc. Tudo fora da lei e reprimido quando descoberto. Mas tudo isso se torna pequeno perto da verdadeira escravidão – legalizada – de nossos tempos. O que o homem já fez de ruim com escravos humanos não chega perto dos horrores do que fazemos com os animais. Escravos negros trabalhavam forçados em fazendas até o fim do século 19. Apanhavam se desobedeciam ordens. Isso já é ruim o suficiente. Mas esses homens não eram brutalmente mortos para servir de alimento. Não eram obrigados a se exibir em rodeios para bêbados sádicos. Não passavam suas vidas em gaiolas sendo inoculados com doenças para pesquisas médicas. Não tinham a pele arrancada ainda em vida para virar um casaco. Escravidão é uma palavra fraca para o que fazemos aos animais. Eles estão um degrau abaixo: são objetos. O filósofo René Descartes afirmava no século 17 que animais eram mecanismos que não sentiam dores nem emoções. Hoje sabemos que isso é falso. O que não impede que a gente os trate como geringonças ou pedaços de carne para nosso deleite. Isso é justo? É utópico demais? Depende do ponto de vista de cada um. É possível viver sem comer bois, peixes, ovos? Sim, perfeitamente. Podemos viver sem domadores de circos, touradas e farras do boi? Sem a menor dúvida. É possível fazer a pesquisa científica avançar sem experimentos com cobaias animais? Sim, é possível. Cientistas costumam dizer que cobaias são absolutamente indispensáveis ao progresso humano. São mesmo? Não seria possível (e muito mais eficaz) realizar esses experimentos com voluntários humanos? Ou incrementar as simulações de experiências por computador? É justo causar sofrimento e morte dos que não têm nada a ver com as doenças que nós mesmos criamos? É justo provocar uma cirrose hepática num chimpanzé para aprender a lidar com nosso alcoolismo? Em outras áreas a questão fica mais polêmica. Por exemplo: animais expostos num zoológico são escravos? Alguns dizem que sim. Outros consideram que num zôo (desde que tratados com respeito), os animais se tornam “embaixadores” do reino animal. Para que os humanos os conheçam mais de perto e se identifiquem com os demais representantes do reino natural a que todos pertencemos. Alguns abolicionistas mais “extremistas” acham que até a criação de um cão ou gato em casa é uma forma de escravidão. O que sem dúvida acontece se você mantém seu cachorro acorrentado numa casinha suja para espantar ladrões. O abolicionismo animal é uma das causas prioritárias do século que se iniciou há tão pouco tempo. Essa causa vai definir nossos parâmetros morais mais básicos e nossas possibilidades de criar uma sociedade realmente civilizada.

Como iniciar o Abolicionismo Animal?

          Imagine um abolicionista no século XIX que tivesse escravos em suas terras. Isso faria sentido? Hoje em dia, milhares de animais são usados como objetos por nós, seres humanos. Se você é contra a escravidão e quer mudar a realidade desses animais, pode começar agora mesmo! Através de simples mudanças de hábitos, você fárá uma grande diferença! Diminuirá a demanda do uso de anmais por meio da ação direta, pacífica e eficaz. Ou seja, abolirá a escravidão animal em suas atitudes diárias. Além do mais, será bom descobrir que poderá diminuir seu impacto negativo no ambiente e ter mais saúde!


Referências bibliográficas: 

  1. www.wikipedia.org
  2. www.gato-negro.org
  3. www.anda.jor.br
  4. www.google.com.br